Amor não se conjuga!
Guarde sua retórica para você. Sua arte insignificante de tentar me desvendar. Eu não preciso ser convencida de nada. Leve suas coisas. Lave suas mãos. Se despeça de todos e boa sorte quando estiver só em seu mundinho invisível e cheio de troféus. Foi assim que você conquistou os que te seguem. Aprendeu a dominar seus corações. Com cada palavra errada na hora certa e incontáveis promessas não cumpridas, não levadas a sério. No fundo, eles gostam de acreditar em quase tudo. Vêem o que querem ver. Falam o que querem escutar. Já não quero mais ser elo indestrutível, teu porto seguro. Contar seus passos falsos pelo caminho, curar suas feridas quando o mundo te der as costas. Não tenho o dom para ser expectadora, são raros os que merecem minha audiência. Anjos feridos fecham suas asas sempre que se sentem coagidos. Sua vida já não me interessa, não importa o que você faça. Agora eu tenho pressa... É tarde demais e tudo perdeu a graça. Eu vou... Preciso respirar, sentir o amargo e o doce gosto de vida. Esqueça-me ou pelo menos não me faça lembrar cada desejo oculto, de cada segredo guardado. O fim é um breve intervalo. Uma fuga, quando estamos cansados até mesmo de nós. O amor em sua pluralidade é único e está no infinito, apesar de ser particular. Não se deve querer compreendê-lo. Seu verbo é vasto, não existe em forma perfeita. Não foi feito para ser conjugado, basta apenas que seja sentido!
Texto de minha Amiga Letícia Lesak